A escola é um lugar de valores e de valor. A escola física, que para além de inúmeras outras coisas, atenua as assimetrias agora mais expostas…faz falta.
O atual cenário, não é desprovido de preciosidade. Foi da necessidade que se aguçou o engenho. Pessoalmente, subtraindo tudo que falta, avaliando só o passível de avaliação, a experiência tem sido globalmente positiva. Será mais fácil parametrizar à desgarrada os aspetos positivos e negativos e cada um de nós profissionais ou não, face à sua realidade, tirar conclusões. A quantidade de recursos de qualidade elevada já existentes elaborados pelas editoras para utilizar acerca de todas as temáticas permitiu vislumbrar rápidas soluções, vénia lhes seja feita. Apesar disso, sabemos que por melhor que sejam as animações e vídeos dificilmente os alunos conseguem de facto aprender ou apreender os conteúdos de Física e Quimica. Por isso, reunidas equipas de trabalho do sétimo e nono anos num importante e frutífero confronto de ideias e velhos hábitos enraizados (via Zoom) selecionaram-se os conteúdos, as aprendizagens essenciais ou até, voltemos a chama-las metas que deveríamos discutir com os alunos sincronamente e aquelas que, pelas sua facilidade em aprender mais autonomamente poderiam ser “lecionadas” de formas assíncrona e assim atingir as novas metas, as metas possíveis… A título de exemplo: no 9º ano, dentro do Domínio: Eletricidade, no subdomínio 2.1: Corrente elétrica e Circuitos elétricos, colocaram-se disponíveis na sala de aula da Leya da respetiva turma (criada previamente e já com todos os alunos da turma associados) as interatividades (Apresentações, vídeos e animações) acerca dos circuitos elétricos e as grandezas a estes associados. Explicaram-se exercícios em tempos síncronos e no que concerne ao estudo dos componentes de um circuito (por exemplo: atividade da aula digital: Componentes elétricos de um circuito) e regras de segurança foram remetidas para trabalho 100% autónomo e assíncrono, portanto. As aulas síncronas têm a duração de 30 minutos. No entanto, no caso, apodero-me aqui e ali de alguns tempos disponíveis e combino com os alunos para esclarecimento de dúvidas sincronamente. Nas salas de aula da Leya, os alunos marcam os vídeos, testes e animações como concluídos e os exercícios do manual que são sugeridos colocam fotografia no “Classroom”, da Google, onde também têm as instruções semanalmente. Creio que a mais-valia do trabalho em grupo é subaproveitada neste contexto pelo que me demiti de o promover. Desta feita, tomaram contacto com os conteúdos de uma forma correta e certificada e por intermédio do seu professor. Foi dada mais importância aos conceitos e “peneirou-se” qualitativamente a matéria. A introdução, aprofundamento e revisão ficam todas grão do mesmo tamanho e importância. Em épocas remotas no tempo, nada disto foi possível e perdeu-se tudo. Hoje, com o esforço de todos, não perdemos tudo. É isso…
De relevar a possibilidade de nos revermos mutuamente e entre pares e de alguma forma termos normalidade de interatividade aluno-professor. Foram aligeirados procedimentos. A avaliação é formativa na sua essência e a tolerância para com as falhas de uns e de outros, nos seus diferentes papéis aumentou. A minha assinatura de email passou a ser acompanhada do número de telefone. Aligeiraram-se burocracias internas.
No sétimo e nonos anos a assiduidade é de praticamente 100%. Estamos a iniciar a 6ª semana de E&D e, com as cinco turmas procurei criar estas rotinas nos procedimentos. A rotina traz estabilidade e abre caminho a outras reflexões e atividades. Considera-se que a autonomia de cada aluno aumentou exponencialmente, e assim, colheremos o que o vento escolheu semear.