Resultados

O projeto Multimédia no Ensino das Ciências incidiu, na primeira fase, em 75 investigações realizadas entre 2010 e 2014 em Portugal. Nesta página, poderá consultar os principais resultados obtidos e em Publicações poderá aprofundar a leitura. A segunda fase implica o envolvimento da comunidade. Em Repositório poderá escrutinar os resultados e em Ciência participativa poderá contribuir para o alargamento do número de trabalhos incluídos no projeto.


 

Síntese (a partir do sumário executivo do relatório)

Na maioria dos estudos adota abordagens metodológicas não-experimentais, nos quais as turmas escolares são tomadas como cenário, privilegiando os questionários e as notas de campo como instrumentos de recolha de dados. Regra geral, os trabalhos de investigação encontram-se muito bem mapeados do ponto de vista curricular. O multimédia é utilizado, sobretudo, com o intuito de promover a aprendizagem e o desenvolvimento de competências transversais associadas à literacia científica e digital. Os recursos (multi)média utilizados são bastante diversificados, envolvendo desde meios, como a calculadora gráfica, ou programas específicos para o ensino das ciências (como é o caso de simulações sobre o equilíbrio químico (Le Châtelier’s Principle), no caso da Química, ou o Geogebra, no caso da Matemática), até ferramentas que são apropriadas para fins pedagógicos (trata-se de ferramentas várias da Web 2.0, como blogues).

Relevam-se as assimetrias regionais, um efeito de territorialização profissional e feminização da investigação. A profusão de estudos em Lisboa e no litoral contrasta com a escassez de resultados provenientes das regiões do interior e do Alentejo, sugerindo que a investigação se associa fortemente à localização geográfica das instituições académicas (assimetrias regionais). A territorialização profissional decorre do facto da maioria dos autores dos trabalhos analisados serem professores de ciências, sendo que o foco de investigação se deslocou da produção de recursos multimédia para a avaliação de propostas didáticas. Acresce que a maioria dos estudos são realizados por autores do sexo feminino, mas o papel de orientação/supervisão é maioritariamente desempenhado por homens, sugerindo a subsistência de desequilíbrios que, a serem ignorados, podem associar-se a visões pejorativas relativamente à qualidade da investigação (feminização da investigação).

Enquanto perspetivas futuras, aponta-se para a necessidade de aumentar o número de estudos comparativos e longitudinais; investigar os efeitos pedagógicos das tecnologias ubíquas e móveis (incluindo bring your own device); e implementar de projetos de ciência participativa.