Isabel Allen, Isaura Magalhães
Agrupamento de Escolas da Maia, Maia, Portugal
A aprendizagem integrada de conteúdos curriculares e língua, através das abordagens de ensino bilingue e/ou Content and Language Integrated Learning (CLIL), tem sido recomendada pela Comissão Europeia como uma das formas mais eficazes de aprendizagem de uma Língua Estrangeira (LE). Neste contexto, deu-se início a uma experiência piloto, no Agrupamento de Escolas da Maia, inserida no Programa Escolas Bilingues (PEBI) incluindo, entre outras, as disciplinas de Inglês e Físico-Química (FQ). O objetivo é colocar a língua inglesa ao serviço da aprendizagem de conteúdos e, para tal, algumas aulas de FQ são lecionadas em Inglês, e envolvem uma componente prática muito forte, através da realização de projetos e trabalho experimental no sentido de dotar os alunos de Competências do Século XXI.
As aulas CLIL são, por excelência, uma forma de promover tarefas colaborativas e projetos interdisciplinares (1). Durante estas aulas, os alunos têm oportunidade de utilizar novas metodologias de aprendizagem, de promover o trabalho colaborativo e de se dotarem de ferramentas e métodos de trabalho exigidos no mundo real.
Os mapas mentais foram integrados nas técnicas de ensino emergentes, como a sala de aula invertida, e podem ser particularmente eficazes com os alunos, porque os envolvem, incentivam a sua criatividade e ensinam a aprender, em vez de só ajudarem a memorizar os conteúdos.
Numa turma de 7.º ano, na disciplina de Físico-Química, no domínio “Espaço” é apresentado e explorado, em inglês, o vídeo “Everything about living in space” (2), sobre o trabalho do astronauta Reid Wiseman na NASA. A mesma turma dá continuidade a este tema na aula de Inglês, na unidade “A minha vida, o meu lar”, subtópico “Rotinas diárias”. Este conteúdo é antecipado pela docente de Inglês para apoiar a matéria lecionada em FQ, proporcionando aos alunos uma aprendizagem de LE através de uma situação real e com conteúdos que constituam um desafio para eles. Esta flexibilidade curricular permite atribuir um caráter natural à aprendizagem da língua estrangeira (3).
Vários estudos comprovam que os aprendentes preferem utilizar a tecnologia, em detrimento de materiais mais tradicionais (4), e que esta promove uma dinâmica importante em sala de aula, possibilitando uma variedade de atividades/tarefas que respondem a perfis de aprendizagem distintos.
Como tal, e na sequência do trabalho realizado, os alunos utilizam ferramentas diversificadas para apresentar mapas mentais, subordinados ao tema “Being an Astronaut”, nas aulas de FQ e Inglês, que os ajudam a questionar, refletir, desenvolver o pensamento crítico e a resumir as ideias veiculadas, articulando os aspetos positivos e negativos. A Fig. 1 mostra um exemplo de mapa mental elaborado.
O trabalho colaborativo entre as disciplinas de Físico-Química e Inglês surge como uma forma de desenvolvimento profissional, uma vez que a experiência com novas metodologias em sala de aula conduz, inevitavelmente, a uma reflexão sobre as nossas práticas, o que nos permite mudar e adaptarmo-nos a novos desafios (5).
Referências
(1) Sierra, J. M. (2016). Cooperative projects in a CLIL course: What do students think? In D. Lasagabaster & A. Doiz (Eds.), CLIL experiences in secondary and tertiary education (pp. 69–98).
(2) NASA, Johnson. Everything about living in space. Youtube, 14 out. 2016. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=ouDKD9G9jOE&t=36s. Acesso em 02 out. 2019.
(3) Marsh, D. (2000). Using languages to learn and learning to use languages. Jyväskylä: University of Jyväskylä.
(4) Golonka, E.M., Bowles, A.R., Frank, V.M., Richardson, D.L., Freynik, S. (2014). Technologies for foreign language learning: A review of technology types and their effectiveness. Computer Assisted Language Learning 27, 70–105.
(5) Pavón Vásquez, V, Ellison, M. (2013). Examining teacher roles and competences in Content and Language Integrated Learning (CLIL) In Lingvarvm Arena, vol. 4, 65-78.
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